A importância do Curriculo na Educação Infantil
domingo, 14 de outubro de 2012
Criança x Educação Infantil
Ao
iniciar sua trajetória de vida, as crianças têm direito a saúde, amor, aceitação e
segurança, que constituem um forte alicerce para suportar as fases posteriores
de desenvolvimento. Assim
sendo, surge uma nova concepção de creche-ambiente de educação e cuidados — que
sinaliza para a fundamental importância de que a este espaço, anteriormente
direcionado somente aos cuidados para com a criança, atribua-se um papel
educativo complementar junto às famílias.
As
famílias, as instituições e a sociedade como um todo são responsáveis pela
infância e realizam ações que se complementam. Em momento algum uma substituirá
a outra, pois são de grande importância para a Educação Infantil.
O
Currículo da Educação Infantil — 0 a 5 anos — é centrado nos eixos Formação
Pessoal e Social e Conhecimento do Mundo e deverá contribuir para prática e
vivência pedagógicas plenas de êxito e alegria, culminando com aprendizagem
satisfatória e significativa das crianças.
CURRICULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
As
instituições de educação infantil nasceram na França, no século XVIIII, em
resposta à situação de pobreza, abandono e maus tratos de crianças pequenas,
cujos pais trabalham em fábricas, fundição e minas criadas pela Revolução Industrial.
Todavia os objetivos e formas de tratar as crianças dos extratos sociais mais
pobres da sociedade não eram consensuais. Setores da elite defendiam a idéia do
que não seria bom para a sociedade como um todo que se educassem as crianças
pobres; era proposta a educação da ocupação e da piedade (OLIVEIRA, 1995).
Durante
muito tempo, as instituições
infantis, incluindo as brasileiras organizavam seu espaço e sua rotina diária
em função de idéias de assistência, de custódia e de higiene da criança. A
década de 1980 passou por um momento de ampliação do debate a respeito das
funções das instituições infantis para a sociedade moderna, que teve início com
os movimentos populares dos anos de 1970 (WAJSKOP, 1995).
A
partir desse período, as instituições passaram a ser passadas e reivindicadas
como lugar de educação e cuidados coletivos das crianças de zero a seis anos de
idade.
A
abertura política permitia o reconhecimento social desses direitos manifestados
pelos movimentos populares e por grupos organizados da sociedade civil. A
Constituição de 1988 (art.208, e inciso IV), pela primeira vez na história do
Brasil, definiu como direito das crianças de zero a seis anos de idade é dever
do Estado o atendimento à infância.
Muitos
fatos ocorreram de forma a influenciar estas mudanças: o desenvolvimento
urbano, as reivindicações populares, o trabalho da
mulher, a transformação das funções familiares, as idéias de infância e as
condições socioculturais para o desenvolvimento das crianças.
Ao
constituir-se em um equipamento só para pobres, principalmente no caso das
instituições de educação infantil, financiadas ou mantidas pelo poder público,
significou, em muitas situações, atuar de forma compensatória para sanar as
supostas faltas e carências das crianças e de seus familiares. A tônica do
trabalho institucional foi pautada por uma visão que estigmatizava a população
de baixa renda. A concepção educacional era marcada por características
assistencialista, sem considerar as questões de cidadania ligadas aos ideais de
liberdade e igualdade.
Modificar
essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias
questões que vão além dos aspectos legais. Envolve principalmente, assumir as
especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância, as
relações entre classes sociais, à responsabilidade da sociedade e o papel do
Estado em relação às crianças pequenas.
Embora
haja um consenso sobre a necessidade de que a educação, para as crianças
pequenas deva promover a integração entre os aspectos físicos, emocionais,
afetivos, cognitivos e sociais da criança, considerando que esta é um ser
completo e indivisível, as divergências e estão exatamente no que se entende
sobre o que seja trabalhar com cada um desses aspectos.
Polêmicas
sobre cuidar e educar, sobre o papel do afeto na relação pedagógica e sobre
educar para o desenvolvimento ou para o conhecimento tem-se constituído no pano
de fundo sobre o qual se constroem as propostas em educação infantil.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Currículo real, oculto e prescrito
Currículo real, oculto e prescrito
Conforme Santos (2000), tradicionalmente, duas grandes tendências
marcaram os
estudos e as práticas curriculares. De um lado as propostas que vêem o
currículo comoconjunto de conteúdos e, de outro, os que defendem a idéia de que o currículo é constituído por um conjunto de experiências vivenciadas na escola ou sob supervisão da mesma.
Entretanto, estas orientações, em decorrência de novos estudos no campo
educacional, vão sendo ressignificadas ao longo desse século. Conforme Moreira e Silva (1997, p. 28), “o currículo é um terreno de produção e de política cultural, no qual os materiais existentes
funcionam como matéria prima de criação e recriação e, sobretudo, de contestação e transgressão”. O
currículo escolar tem ação direta ou indireta na formação e desenvolvimento do
aluno. Assim, é fácil perceber que a ideologia, cultura e poder nele configurados são
determinantes no resultado educacional que se produzirá.
O Currículo Real é o currículo que acontece dentro da sala de aula com
professores e alunos a cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos
planos de ensino.
O Currículo Oculto é o termo usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores. O
currículo oculto representa tudo o que os alunos aprendem diariamente em meio às várias
práticas, atitudes, comportamentos, gestos, percepções, que vigoram no meio social e
escolar.
O currículo prescrito atribuí à escola o papel de transmitir uma cultura
com base na lógica da reprodução, um currículo igual para todo o território e
para todos os alunos, construído para que o professor o execute da forma como
veio estruturado.
Mesmo o currículo sendo prescrito, o professor através de sua interação
deve construir, no dia-a-dia, novas alternativas curriculares para a sua
prática docente.
Nos dias de hoje ainda temos escolas quem pensam que todos têm que ser
iguais, onde a instituição escolar sempre se organizou a partir dos padrões a
serem cumpridos por todos, com práticas de que a aprendizagem acontece no mesmo
ritmo e no mesmo tempo, excluindo assim, aqueles que fogem a esse padrão, com
classificações e seleções baseadas no modelo tradicional.
A escola se diz inclusiva, mais continua tratando os alunos que são por
natureza diferentes uns do outros, como se todos fossem iguais, excluem aqueles
que não se encaixam nos grupos sociais e culturais que a cultura escolar impõe.
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