Currículo real, oculto e prescrito
Conforme Santos (2000), tradicionalmente, duas grandes tendências
marcaram os
estudos e as práticas curriculares. De um lado as propostas que vêem o
currículo comoconjunto de conteúdos e, de outro, os que defendem a idéia de que o currículo é constituído por um conjunto de experiências vivenciadas na escola ou sob supervisão da mesma.
Entretanto, estas orientações, em decorrência de novos estudos no campo
educacional, vão sendo ressignificadas ao longo desse século. Conforme Moreira e Silva (1997, p. 28), “o currículo é um terreno de produção e de política cultural, no qual os materiais existentes
funcionam como matéria prima de criação e recriação e, sobretudo, de contestação e transgressão”. O
currículo escolar tem ação direta ou indireta na formação e desenvolvimento do
aluno. Assim, é fácil perceber que a ideologia, cultura e poder nele configurados são
determinantes no resultado educacional que se produzirá.
O Currículo Real é o currículo que acontece dentro da sala de aula com
professores e alunos a cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos
planos de ensino.
O Currículo Oculto é o termo usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores. O
currículo oculto representa tudo o que os alunos aprendem diariamente em meio às várias
práticas, atitudes, comportamentos, gestos, percepções, que vigoram no meio social e
escolar.
O currículo prescrito atribuí à escola o papel de transmitir uma cultura
com base na lógica da reprodução, um currículo igual para todo o território e
para todos os alunos, construído para que o professor o execute da forma como
veio estruturado.
Mesmo o currículo sendo prescrito, o professor através de sua interação
deve construir, no dia-a-dia, novas alternativas curriculares para a sua
prática docente.
Nos dias de hoje ainda temos escolas quem pensam que todos têm que ser
iguais, onde a instituição escolar sempre se organizou a partir dos padrões a
serem cumpridos por todos, com práticas de que a aprendizagem acontece no mesmo
ritmo e no mesmo tempo, excluindo assim, aqueles que fogem a esse padrão, com
classificações e seleções baseadas no modelo tradicional.
A escola se diz inclusiva, mais continua tratando os alunos que são por
natureza diferentes uns do outros, como se todos fossem iguais, excluem aqueles
que não se encaixam nos grupos sociais e culturais que a cultura escolar impõe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário